É raro encontrar startups em .NET até hoje e por uma boa razão. Historicamente falando, o ecossistema .NET foi pouco atraente devido ao alto custo de licenciamento do Windows e do Visual Studio. Além disso, o .NET tinha interoperabilidade ruim com produtos de fora da Microsoft, o que significava custos de licenciamento adicionais para produtos compatíveis (como o SQL Server). Por fim, a agressiva atitude da Microsoft em relação aos seus concorrentes e softwares de código aberto criou uma fenda entre seus produtos e desenvolvedores.
No entanto, com crescimento da popularidade do Ruby on Rails, do Django e do Node.js, essas tecnologias tomaram uma participação do mercado da Microsoft, e, com esta concorrência, a Microsoft teve que mudar. Hoje, a Microsoft é uma empresa drasticamente diferente do que era há dez anos e o cenário atual do .NET é um claro indicador dessa mudança.
Se você quiser inteirar-se mais sobre C#, você pode assistir ao livecoder brasileiro NeroRodrigues, que deu algumas aulas de introdução ao C#. Veja abaixo uma delas:
Francisco Fay, diretor de Recursos Humanos da Atos na América do Sul, afirma à CBSI que está alta a procura por desenvolvedores nas linguagens de programação JAVA e .NET e administradores de bancos de dados.
Há dez anos atrás, você não poderia baixar uma versão gratuita e de código aberto do Visual Studio no seu Mac, clonar o repositório git do .NET, modificar o código-fonte, criar uma aplicação web usando o código modificado e implantar em uma VM Linux gerenciada pela Microsoft. Hoje você pode.
Dado isso, vamos supor que estamos começando um projeto hoje e estamos encarregados de selecionar um stack. O stack ideal precisaria:
- Ser de código aberto para podermos usar a fonte quando a documentação não for suficiente;
- Ser tipificado estaticamente para podermos tirar proveito de ferramentas de análise de código estático;
- Ser maduro, mas moderno para termos estabilidade e facilidade de uso;
- Ter um ecossistema rico para permitir o uso de software de terceiros;
- Ter um administrador forte para garantir que o stack seja mantido adequadamente por, pelo menos, dez anos.
Com base nesses critérios, temos alguns contendores:
- .NET e C#, da Microsoft;
- Java, da Oracle;
- Go, do Google.
Embora o administrador do Go seja um gigante da tecnologia, deve-se lembrar que o Google é conhecido por fazer mudanças radicais em uma série de seus produtos e nas ferramentas para desenvolvedores. Como uma linguagem de programação, o Go é rico, mas tem apenas seis anos de vida enquanto o C# tem um pouco mais de quinze e o Java, um pouco mais de vinte anos.
Por outro lado, o ecossistema do Java ajudou a solidificar a posição da programação orientada a objetos no mundo do software. No entanto, dada a má administração da Oracle de outras tecnologias que adotou a partir da aquisição da Sun Microsystems (MySQL e Hudson), o futuro do Java é preocupante. Além disso, embora o Java tenha sido pioneiro em muitos recursos de linguagem, seus ciclos de liberação lenta fizeram com que esta linguagem tenha cara de velha em relação a outras linguagens.
Apesar do fato de que o .NET e o C# foram criados após o Java, recursos como LINQ, primitivos anuláveis, genéricos verdadeiros, geradores e async/await os colocam um passo à frente do Java, Go, Python e JavaScript.
Além disso, o recente impulso da Microsoft para o open source e suporte cross platform significa que o .NET está vivendo os seus melhores dias.
Ao selecionar um stack do desenvolvimento do núcleo de sua aplicação, você aposta em duas coisas: o administrador e o ecossistema. Se ambos são seguros, o futuro é brilhante para o stack. Acreditamos que .NET e C# sejam ótimas apostas com base em sinais positivos que vimos durante o desenvolvimento do ASP.NET MVC. Entretanto, não se deve esquecer que o pêndulo está sempre balançando e nenhuma aposta é correta para sempre. .NET atende a muitos critérios hoje, mas ninguém sabe com certeza qual será o cenário amanhã.
Aprenda mais sobre C# e .NET com o grupo de estudos brasileiro .NET Coders, sediado em São Paulo e que conheça um pouco sobre sua história através da entrevista que fizemos com seu fundador, Leonardo Lourenço.